Magia com Bonecos
Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se estendendo e envolvendo o molde do boneco numa ‘forma viva’ refletindo o mago. Um aspecto importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.
Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então poderá ser usado para influenciar o próprio mago !
O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.
Conclusões
Dentro de todo o trabalho tomado no Arcano Beta a importância está na habilidade de usar o estímulo sexual para transformar a aparência do organismo astral para refletir os requerimentos do mago. Pode apenas ser alcançado com sucesso se a imagem do Deus, animal, inseto ou o que seja, fique fixa claramente na tela mental e por um período prolongado de tempo durante o ritual Beta. Não há limite para as variações dentro do Arcano, nem em seu potencial. Esta técnica oferece uma larga amplitude de possibilidades de baixa magia bem como oferece potencial para experienciar as várias Sephiroth, Caminhos, mundos, dimensões e por aí vai, de uma maneira direta e dinâmica através do fórmula de congresso sexual do íncubo.
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Com muito respeito à magia, e sempre buscando ser responsável às minhas direções próprias,
Curiosidades sobre zumbis e bonecas vodus
O cinema hollywoodiano imortalizou nos filmes de terror a figura dos zumbis como espécies de mortos que foram ressuscitados por espíritos malignos, para perseguição aos humanos. Parte dessa lenda bebeu do voduismo norte-americano, praticado no sul daquele país, principalmente em Nova Orleans, na comunidade negra. Mas na tradição do voduismo haitiano, o zumbi é um ser humano a quem um sacerdote lhe roubou a alma. Este roubo é feito mediante técnicas de magia negra, quando a pessoa está morrendo e imediatamente depois de morrer.
A alma é conservada em uma garrafa pelo ladrão, que a partir desse momento tem o controle absoluto do corpo da pessoa morta. Esta carece de pensamento e controle autônomo, de modo que pode ser manejada como um escravo por parte do sacerdote, num estado de transe cataléptico, como uma espécie de ‘morto vivo’. Com o passar do tempo, o zumbi vai deteriorando-se, como se aprodecesse, e finalmente seu corpo acaba por morrer também.
Mas não foi isso o que descobriu Wade Davis, um pesquisador norte-americano e etnobotânico que publicou um livro intitulado “A Serpente e o Arco-Íris” (Zumbis, vodu, magia negra). Segundo ele, os sacerdotes do vodu seriam capazes de induzir um estado cataléptico (transe) em suas vítimas, um transe tão convincente, que parecem autenticamente mortas, e assim são declaradas e sepultadas. Posteriormente seriam retiradas de suas tumbas e, mediante uma cuidadosa combinação de drogas, seriam mantidas em um estado catatônico. Wade Davis, que fez várias pesquisas no Haiti, descobriu que o estado de transe era resultado do uso de drogas.
Davis afirma ter descoberto exatamente a fórmula usada pelos sacerdotes para converter uma pessoa em zumbi. As ervas, usadas por um perito, efetivamente reduziria a vítima a um estado catatônico comparável com o de morte. E constatou também que, quando o feiticeiro profanava a tumba do "morto" depois do sepultamento, dava outra porção à vítima para tirá-la de sua catatonia, embora a pessoa jamais voltasse a ser a mesma.
Ela ficaria então reduzida ao nível mental de uma pessoa a quem se extirpou parte do cérebro. Este último aspecto seria devido à privação de oxigênio que sofreria o cérebro, conseqüência do ambiente fechado do ataúde em que foi colocado “morto”. Para Wade Davis, a formula secreta tinha como ingredientes, além de narcóticos diversos, tetradotoxina, veneno neurotóxico que se encontra em baiacus e em rãs venenosas.
Entretanto é necessário afirmar que os zumbis são um fenômeno menor dentro da cultura rural do Haiti e não uma parte da religião Vodu em si.
BONECAS - Já a prática de furar "bonecas vodu" com agulhas foi usada como um método de amaldiçoar um indivíduo, por alguns seguidores do que veio a ser chamado "Nova Orleans Voodoo". O ritual não é original do "vodu" de Nova Orleans, mas tem suas bases em dispositivos mágicos europeus baseados tais como a "poppet", quanto o nkisi ou o bócio da África ocidental e central.
Vodu: os espíritos são como santos católicos
No Haiti há um ditado: 70% são católicos, 30% protestantes e 100% vodus. Parece exagero, mas o vodu rege a vida do povo haitiano. A manifestação religiosa, nascida há séculos na África, acompanhou os escravos aprisionados pelos europeus e desembarcou junto com a esperança de uma vida em liberdade. O vodu sobreviveu às perseguições dos colonos, se “casou” com as manifestações católicas, num sincretismo semelhante ao do Brasil, e se tornou o esteio cultural da nação haitiana.
O termo “vodun”, ramo de uma tradição religiosa teísta-animista, significa "deus" ou "espírito" na língua dos Fons. As divindades adoradas são um grande número de espíritos, chamados de Loas, que podem ser aparentados aos santos católicos, aos ancestrais deificados ou aos deuses africanos.
Suas raízes remotam aos povos da África Ocidental. O vodu haitiano é popular e sincrético, que incorporou os aspectos do ritual católico-romano, impostos pelos colonos franceses, somados com os elementos religiosos e mágicos africanos das etnias Fon-Ewe, Ibo (África Central) e o Yoruba. Acredita-se que há um Deus que é o criador de tudo, chamado de "Bondje" (do francês "bon Dieu"). Bondje é distante de sua criação e, por isso, é o voduista que invoca os espíritos para ajudá-lo.
O crente vodu adora o deus, mas serve aos espíritos (Loas), que são tratados com honra e respeito como se fossem membros mais velhos de uma casa. Estima-se que são vinte e uma as nações (nanchons) dos espíritos, divididos, de acordo com sua natureza, basicamente em duas categorias: quentes ou frios. Os espíritos frios entram sob a categoria Rada, e os espíritos quentes entram sob a categoria Petro.
Os espíritos de Rada são familiares e vêm na maior parte da África; e os espíritos de Petro são na maior parte nativos do Haiti e requerem mais atenção ao detalhe do que o Rada - ambos podem ser perigosos se irritados ou contrariados. Nenhum é "bom" ou "mau" em relação ao outro. Diz-se que todos possuem espíritos, e cada pessoa é considerada como tendo um relacionamento especial com um espírito particular, que é dito "possuir sua cabeça".
As Loas se comunicam com os fiéis por meio de sonhos ou deles tomam posse durante os rituais. A presença deles é revelada por um estado de transe, numa dança característica da religião.
MEMBROS - No Vodu haitiano não há um “Papa”, uma hierarquia como na Igreja Católica. Há um clero, cuja responsabilidade é preservar os rituais, as canções e manter o relacionamento entre os espíritos e a comunidade como um todo (embora isto seja responsabilidade de toda a comunidade também). O santuário é presidido por mestre celebrante masculino, o Hougan (chamado carinhosamente de Papi), ou por uma mestre, o Mambo (Mami).
Esses sacerdotes agem como conselheiros, curandeiros e protetores. Na maioria das vezes eles também são uma espécie de líderes comunitários, uma figura respeitada entre os indivíduos. Abaixo dos Houngans e das Mambos estão os Hounsis, que são os noviços que atuam como assistentes durante cerimônias e que são dedicados a seus próprios mistérios pessoais.
Os rituais, com seus cantos, toques de tambores, danças, preces, preparo de alimentos e o sacrifício de animais (e, às vezes, de pessoas), ainda mantém certos traços de seus ancestrais de senzalas ou dos reinos africanos. (D.M.)
V O D U P R I M I T I V O ...
O LEGADO DOS VEVÉS
Geralmente quando ouvimos falar de vodu, associamos a magia negra e aos honfós caribenho com seus bonecos espetados e seus zumbis, por serem manifestações mais populares do vodu. Principalmente agora, depois da turnê mundial da banda de rock Rolling Etones com o show "vodoo lounge" onde Mick Jagger se apresenta caracterizado do Baron Samedi. Também in loco, os constantes despachos encontrados no jardim da Casa Branca depois da ultima tentativa do golpe militar no Haiti.
O vodu caribenho vem dos feitiços africanos através dos escravos de Daomé, onde utilizavam o tal culto para envenenar o corpo e a alma de seus senhores. "Quando a noite caia e, os sons dos tambores soavam, os senhores tremiam alguém ia morrer...". Hoje esta sincretizado com as tradições dogmáticas da igreja e com interreses políticos e religiosos americanos, principalmente depois do Papa Doc. Hoje no Haiti, a miséria busca a salvação nos terreiros de vodu Ardhá, petro ou ate mesmo os temidos chapéus vermelhos.
Em Nova Orleans a herança da dor do cativeiro busca o conforto também no jazz e no blues, ambos inebriados pelo toque dos tambores das Loàs (mensageiros dos deuses do vodu). Zumbis a parte, que são vitimas da tetradoxina, um composto de: veneno de peixe, veneno de sapo, ervas e secreções de cadáver em decomposição, seguidos de palavras e encantamentos bruxescos.
O vodu é uma das praticas mais antigas da historia da humanidade. Há reconhecimento tais cultos à imagem, ou bonecos de pasta de arroz, a 3.000 anos antes de cristo, na china de Lao-tsé. A magia dos bonecos era praticada pelos babilônios e assírios. Os hebreus durante o cativeiro na babilônia criaram o mito dos golens. Os egípcios confeccionavam seus bonecos em madeira e cera. Os escravos exportavam do Egito para suas tribos as técnicas, e as aprimoravam confeccionando bonecos de pano com pertences pessoais da vitima, tornando o tal feitiço mais eficaz e efeitos mais rápidos, associados a suas divindades panteístas.
Na Grécia era muito difundida a magia dos bonecos. Platão, como membro da escola iniciatica dos mistérios, dedicou-se ás pesquisas dos encantamentos dos bonecos. Aristóteles acompanhava o general Alexandre (O Grande) em suas campanhas militares com sua maleta de feitiços; onde nenhuma cidade era invadida sem antes os lideres serem "torturados" através de bonecos de argila com suas características.
Há outras varias referencias nas obras de Heródoto, nos poemas de Ovídio ou nas bucólicas de Virgilio. Já na Idade Media, encontramos também nas obras de Shakespeare e de bacon.
O vodu na IRMANDADE D'ILÚ SABBATH é singular, diverge dos conceitos Brasileiros de espiritismo, do modismo demoníaco e sincretismo das Antilhas com sua perversidade e maléficos. ILÚ SABBATH tem acima de tudo um compromisso para com o astral, para com a tradição de 844 anos de alta magia, sem vínculos dogmáticos de qualquer seita ou religião, sem modismos. Mas fiel aos seus princípios, respeitando as leis da nação e principalmente o elemento humano.
A magia dos bonecos, como na antiguidade, tem por objetivo de transportar o mal do corpo, da mente e do espírito para o boneco, através da fusão também como um animal que leva consigo a doença ou o azar, a infelicidade ou qualquer tipo de feitiço imposta a esta pessoa.
O bruxo Mabo Banthu e reconhecido e respeitado internacionalmente por ser fiel aos princípios da magia de luz, não permitindo que se aproveitem de seu potencial para desejos mesquinhos ou obsessões maníacas. Estando sempre disposto a ajudar aquele que procura seriedade e respeito. Ajudando a abrir caminhos profissionais ou financeiros, a encontrar o amor, a tirar vícios, auxiliar na saúde, na felicidade, no equilíbrio e na sabedoria.
Através do vodu, além de muitas alternativas ritualística, o vodu na verdade, o vodu que ficou no passado, principalmente em Paris no ano de 1.795. Hoje Mabo Banthu é o único que ainda pratica os encantamentos da magia dos bonecos da antiguidade, numa fusão da bruxaria Moura-Andaluz.
DE BWA, LOI LOÀS BADAGRIS...AZAKA-TONNERRE...
Baron, Maman Brigitte e os loa Ghede: BARON
O cabeça da família de ancestrais loa é o Baron (barão). Ele é mestre do cemitério e guardião do conhecimento ancestral. Ele tem vários aspectos incluindo Baron Samedi, Baron Cemetiere, Baron la Croix e Baron Criminel. Em todos seus aspectos ele é um loa masculino com uma voz nasal, carrega um cajado ou bastão, usa impropérios livremente e se veste de negro ou púrpura. Ele é considerado o último recurso para mortes causadas por magia, porque mesmo se um feitiço trouxer uma pessoa para perto da morte, se o Baron se recusar a cavar a cova, a pessoa não morre.
Baron, com sua esposa Maman Brigitte, é também responsável por recuperar as almas dos mortos e transformá-las em loa Ghede. Baron pode ser invocado para casos de esterilidade e ele é o juiz divino para o qual as pessoas podem trazer seus pedidos, cantando:
Ó kwa, Ó jibile! 2x (Ó cruz, Ó júbilo!)
Ou pa we m inosan? (Não vês que sou inocente?)
O túmulo do primeiro homem enterrado em qualquer cemitério do Haiti, quer a pessoa em vida participasse do Vodu ou não, é dedicado para o Baron (não Ghede) e uma cruz cerimonial é erigida no ponto. Em terrenos familiares no interior, uma família pode erigir uma cruz para o Baron de sua linhagem e nenhum peristilo é completo sem sua cruz para Baron. Baron pode ser invocado a qualquer momento e ele pode aparecer sem ser chamado, tão poderoso é ele. Ele bebe rum no qual vinte e uma pimentas vermelhas foram pisadas, bebida que mortal algum pode suportar. Suas comidas cerimoniais são café preto, amendoim grelhado e pão. Ele dança extraordinariamente e às vezes coloca seu bastão no meio das pernas, representando assim o falo. Baron é um loa muito masculino.
O Festim dos Ancestrais, Fet Ghede, é considerado o final do velho ano e o começo do novo, tal qual na tradição européia Wicca. Quaisquer débitos com Baron, Maman Brigitte ou Ghede devem ser pagos nesta festa. O Baron Criminel canta para seus devedores:Bawon Criminel, map travay pou ve de te yo, m pa bezwenn lajan! 2x
Bawon Criminel, Ó! Lane a bout o, map paret tan yo !
Barão Criminal, estou trabalhando para os vermes da terra (pessoas pobres), eu não preciso de dinheiro! 2x
Barão Criminal, Ó! O ano terminou, eu aparecerei para esperá-los (para pagarem-me)!
O LOA GHEDE
Os loa Ghede são uma família enorme de loa, tão numerosos e variados como eram as almas das famílias das quais eles se originaram. Desde que eles são todos membros da mesma família, as crianças espirituais de Baron e Maman Brigitte, eles têm todos o mesmo sobrenome - La Croix, a cruz. Não importa outros nomes que eles possam vir a carregar, a assinatura deles sempre é La Croix.
Algum os nomes de Ghede incluem:
Ghede Arapice Croix, Brav Ghede de la Croix, Ghede Secretaire de la Croix, Ghede Ti-Charles la Croix, Makaya Moscosso de la Croix; e nomes tristes e degradantes como GhedeTi-Mopyon la de Deye Croix (Ghede Pequeno Piolho de Caranguejo Atrás da Cruz), Ghede Fatra de la Croix (Lixo Ghede da Cruz), Ghede Gwo nan de Zozo CrekTone de la Croix (Ghede Pinto na Buceta Trovão da Cruz) e por aí vai... Há uma razão para estes nomes estranhos que ficará clara mais à frente.
A vasta maioria de Ghedes é masculina. Ghede pode possuir qualquer um, a qualquer hora, até mesmo os protestantes (para enorme vergonha deles). No Haiti uma mulher que um dia estava observando um grupo de mulheres possuído por Ghede dançando a banda. Ela disse algo como, "Olhe as prostitutas nojentas, elas não têm nenhum respeito por si mesmas". Naquele mesmo lugar, a Ghede possuiu minha amiga, a lançaram ao solo, prostraram-na e declararam que ela iria se juntar aos ancestrais! Súplicas e intercessões dos familiares finalmente pacificaram o Ghede que prometeu ceder - com a condição de que a mulher se tornasse Mambo! Mambo Delireuse agora prática em uma área rural próximo del'Artibonite de Riviere Delicada, no Haiti central! Os Ghedes são figuras muito transitivas, existindo entre a vida e a morte, entre os antepassados em Guiné e entre os homens e mulheres vivos do Haiti. Talvez é por isto que eles sejam homenageados a meio caminho da plena cerimônia de Vodu ortodoxa, depois do Rada (Dahomean e Iorubá) e antes do Petro.
O Ghedes vestem-se quase como seu pai Baron - roupas negras ou púrpuras, chapéus elaborados, óculos escuros, às vezes sem uma lente, um cajado ou bastão. Eles também dançam a banda, mas eles retêm mais da personalidade da pessoa de quem eles se originaram.
A família de Ghede, incluindo o pai e a mãe, o Baron e a Maman Brigitte, são absolutamente notórios no uso de baixarias e termos sexuais. Há uma razão para isto - os Ghede estão mortos, além de qualquer castigo. Nada mais pode ser feito a eles, assim o uso de profanidades normalmente entre os haitianos um pouco formais são um modo de declaração, "Eu não me preocupo! Eu passei além de todo o sofrimento, eu não posso ser ferido".
Num país onde desrespeito para com figuras de autoridade era até recentemente punido com tortura ou morte, esta é uma mensagem poderosa. Porém, esta profanidade nunca é usada de modo maligna ou abusiva, para amaldiçoar alguém. Sempre é humorístico, até mesmo quando há uma forte mensagem envolvida.
Há algumas canções muito imponentes e dignas cantadas para Ghede, particularmente o mais velho, raciais ou aspectos raiz, como Brav Ghede. Hoje em dia, entretanto, a ênfase está no humor sexual e obsceno promovido pelos loa Ghede. Aqui está uma canção popular cantada para Ghede em peristilos de Vodu e em celebrações públicas:Si koko te gen dan li tap manje mayi griye,
Se paske li pa gen dan ki fe l manje zozo kale!
Se vagina tivesse dentes, comeria milho assado,
É porque não tem nenhum dente que come pênis descascado!
Da mesma maneira, é dito que um ghede é um ladrão. É verdade que ele se apropria do que quiser de vendedores de rua, mas uma vez que este ceda às demandas do loa, este se limita a pegar um pouco de coco ou de milho assado. Na Fet Ghede, a maioria dos terreiros cozinham especialmente comida para as centenas de Ghedes que aparece vagando pelas ruas. Aqui está uma canção que uma multidão de Ghedes cantou enquanto iam para a casa de uma Mambo famosa e particularmente generosa da área de Port au Prince:Ting ting ting ting kay Lamesi,
Whoi mama,
Kay la Mesi gen yon kochon griye,
Whoi mama!
Ting ting ting ting a casa de Lamesi
Mamãe de Whoi,
A casa de Lamesi tem uma porca inteira assada,
Mamãe de Whoi!
MAMAN BRIGITTE
Maman Brigitte, surpreendentemente para um loa de Vodu, é britânica em origem, descende de Brigid/St. Brigit, a deusa tripla celta de poesia, forjaria e cura. Ela deve ter entrado para o Haiti nos corações dos escravos deportados escoceses e irlandeses. Há uma canção que nós cantamos em cerimônias:
Maman Brijit, nan anglete de soti de li, Maman Brigitte, ela é da Inglaterra..."
(Eu penso que Brigid era escocesa, não inglesa, mas talvez no Haiti a palavra anglete represente todas as Ilhas britânicas.)
Hoje em dia, Maman Brigitte é considerada esposa do Baron, mestre do cemitério e chefe de todos os ancestrais, conhecidos como loa Ghede. O túmulo da primeira mulher enterrada em qualquer cemitério no Haiti é consagrado a Maman Brigitte e lá é erigida a cruz cerimonial dela. Ela, também como o Baron, é invocada para "elevar o morto", significando curar e salvar os que estão no ponto de morte por enfermidade causada por magia. Aqui está uma canção muito famosa sobre Maman Brigitte cantada em cerimônias de Vodu:Mesye la kwa avanse pou l we yo!
Maman Brigitte malad, li kouche sou do,
Pawol anpil pa leve le mo (morts de les, Fr.)
Mare tet ou, mare vant ou, mare ren ou,
Yo prale we ki jan yap met a jenou.
Cavalheiros da cruz (os antepassados falecidos) avancem para ela vê-los!
Maman Brigitte está doente, ela se deita de costas.
Muita conversa não elevará a morta,
Amarre sua cabeça, amarre sua barriga, amarre seus rins,
Eles verão como eles ajoelharão.
(Significando, arregace as mangas para se preparar, nós faremos para as pessoas que fizeram este feitiço maléfico ajoelharem-se, implorar perdão e receber o castigo delas.)
Maman Brigitte, como o resto da constelação Ghede é um loa boca-dura que usa muitas obscenidades. Ela bebe rum com pimenta, tão quente que uma pessoa não possuída por um loa nunca poderia beber isto. Ela também é conhecida por passar pimentas haitianas quentes na pele dos órgão genitais do cavalo e este é o teste para o qual são sujeitadas as mulheres suspeitas de falsa possessão. Ela dança a banda sexualmente sugestiva e artística e seu virtuosismo na dança é legendário. Maman Brigitte e Baron são a mãe e o pai que recuperam os mortos e os transformam em loa Ghede e os removem das águas místicas onde eles estavam sem conhecimento da própria identidade, nomeando-os. Há uma canção melancólica sobre a condição das almas nas águas místicas que também é cantada quando um iniciado está preparando-se para o período de exclusão, morte ritual e renascimento do ciclo de iniciação:Dlo kwala manyan, nan peyi sa maman pa konn petit li,
Nan peyi sa, fre pa konn se li, dlo kwala manyan.
Água manyan de kwala (palavras não creole), naquele país uma mãe não conhece a própria criança.
Naquele país um irmão não conhece sua irmã, água manyan de kwala.
Há uma série de níveis iniciatórios no vodu ortodoxo, que são atingidos sequencialmente conforme o indivíduo cresce em conhecimento e permanência na comunidade vodunista. Todos os graus de iniciação estão abertos tanto para os homens como para as mulheres.
Uma pessoa não iniciada que frequenta as cerimônias, recebe aconselhamento e tratamento medicinal do houngan ou da mambo e toma parte nas atividades do vodu é normalmente chamada de vodunista. Este é um termo geral, assim como cristão ou budista.
Um não iniciado que está associado a um peristilo em particular, frequenta as cerimônias regularmente e aparenta estar sendo preparado para a iniciação é classificado como hounsi bossale. Hounsi é da linguagem Fon dos Dahome e significa noiva do espírito, embora o termo no Haiti seja utilizado para homens e mulheres. Bossale significa selvagem ou indomado, no sentido de um cavalo selvagem.
O primeiro grau de iniciação confere o título de hounsi kanzo.
Kanzo, também do Fon, refere-se ao fogo, e a cerimônia do fogo, também chamada de Kanzo, empresta seu nome a todo o ciclo iniciático. Indivíduos que são kanzo podem ser comparados a batizados numa seita cristã. Numa cerimônia vodu, os hounsi kanzo vestem-se com uma roupagem branca, formam o coro e são prováveis candidatos de possessão pelos loa.
O segundo grau é chamado de si puen, sur point em francês, isto é, no ponto, sobre o ponto.
Este termo se refere ao fato de que o iniciado passa por cerimônias no ponto ou apadrinhado por um loa em particular. Essa pessoa é então considerada um houngan ou uma mambo e lhes é permitido o uso do asson, sagrado chocalho emblema do sacerdócio.
Indivíduos que são si puen podem ser comparados a pastores de seitas cristãs. Numa cerimônia eles conduzem orações, cânticos e rituais e são candidatos quase inevitáveis para possessão. Uma vez iniciados como sur point eles podem realizar iniciações de hounsi kanzo e de si puen.
O terceiro e último grau de iniciação é o asogwe.
Houngans e mambos asogwe podem ser comparados aos bispos das seitas cristãs, pois podem consagrar outros sacerdotes. Indivíduos que são asogwe podem iniciar outros em kanzo, si puen e em asogwe. Numa cerimônia eles são a autoridade final sobre os procedimentos, a menos que um loa esteja presente e manifesto através do mecanismo de possessão. Eles são também o último recurso quando a presença de um loa específico é requerida. É dito que um asogwe tem o asson, referindo-se à capacidade do asogwe de conferir um outro iniciado com o asson, elevando então o grau deste a asogwe.
Mesmo um houngan ou mambo asogwe deve submeter-se à opinião do houngan ou da mambo que o iniciou, dos que foram iniciados em asogwe antes dele, do houngan ou mambo que iniciou seu iniciador, dos iniciadores deste e por aí vai. Estas relações podem se tornar realmente complexas e há um ponto na cerimônia do vodu ortodoxo onde todos houngans e mambos, sur point e asogwe, participam duma série de gestos e abraços rituais que servem para elucidar e regular estas relações.
Quem pode participar do Vodu?
Qualquer um pode participar dos ritos. Não há qualquer requisito de sexo, raça, idade, opção sexual ou origem nacional. Muito menos é pedido para se abandonar crenças e afiliações religiosas anteriores. No Haiti, a vasta maioria de praticantes é também católica romana.
Há vários níveis de participação, é claro, como em quase todas as outras religiões. Uma cerimônia vodu é pública e qualquer um pode entrar no peristilo, ou templo, e observar. Participação na cantoria e na dança são encorajadas. Porque não há qualquer hierarquia centralizada, pagando salário para houngans e mambos, e porque o templo é propriedade privada, é considerada normal uma pequena doação em dinheiro. Este dinheiro é normalmente empregado para pagar os percussionistas, as comidas que são oferecidas aos participantes, para a manutenção do peristilo e dos sacerdotes envolvidos. Isto é frequentemente difícil de entender para pessoas criadas em tradições judaico-cristãs, onde padres, pastores e rabinos são profissionais assalariados.
Indivíduos que tenham um grau iniciático podem participar de cerimônias privadas relativas à outros indivíduos de seu próprio grau ou mais baixo. Pessoas com graus mais baixos não podem participar de cerimônias aferidas a graus mais altos porque o conhecimento ali presente é secreto e elas não seriam competentes para lidar com a mesma.
Houve algumas controvérsias nos últimos anos nos EUA sobre afiliação e participação étnica em religiões afro-americanas. Alguns houngans e mambos inescrupulosos enganam estrangeiros desavisados, realizando cerimônias falsas e cobrando taxas exorbitantes. Outros têm um certo entendimento silencioso de que eles não revelarão o conhecimento secreto do Vodu, isto é, informação e iniciação corretas, a pessoas que não sejam pretas e que não sejam haitianas. Entretanto, outros houngans e mambos têm a visão que as pessoas são escolhidas pelos loa, e não de outra maneira, e que qualquer sacerdote que recuse iniciar e treinar um estrangeiro enviado por um loa irá sofrer graves consequências. A iniciação requer um período significante de estudo e o compromisso mostrado por um estrangeiro será o suficiente para qualquer sacerdote/sacerdotisa oficiante.
Eu ressalvo que o respeito pelos negros de qualquer parte do mundo é imanente às tradições vodu. Nunca devemos esquecer que incontáveis negros foram arrancados de suas terras, estuprados, torturados, castrados e queimados vivos num esforço para erradicar o vodu. O Vodu deu suporte ao ímpeto de resistência à escravidão colonialista e foi combustível para a única rebelião de escravos de sucesso real na América, sendo responsável pela formação da primeira república independente negra americana. Mesmo recentemente na ocupação militar ianque no Haiti, de 1915 a 1934, foi realizado um esforço sistemático para a erradicação do vodu.
Templos foram destruídos, tambores ancestrais sem preço foram queimados e houngans e mambos foram surrados, presos e assassinados
A Prática Vodu
Vodu é uma tradição espiritual originada no Haiti durante o período de escravidão colonial francesa. Africanos de muitas linhagens étnicas foram transportados à força para o Haiti, para servirem principalmente como escravos agricultores. Os povos nativos das ilhas, os Taino e os Carib, foram exterminados pelos espanhóis durante as primeiras invasões. Durante este período histórico, europeus da França e de outros países, incluindo deportados pro-Stuart da Escócia, radicaram no Haiti.
Devido a tantas linhagens estarem representadas, nenhum culto africano poderia satisfazer todos os participantes, pois a reverência aos ancestrais era muito importante. Entretanto, cada nação tomaria sua vez num encontro. Essa alternância de cultos eventualmente evoluiu para a ordem cerimonial da liturgia Vodu. Durante este período formativo é que foram adotadas também entidades europeias pré-cristãs, como Brigid, ou Maman Brigitte na tradição vodu. Também houve uma pequena influência das populações restantes de Tainos e Caribs.
Vodu é uma tradição espiritual originada no Haiti durante o período de escravidão colonial francesa. Africanos de muitas linhagens étnicas foram transportados à força para o Haiti, para servirem principalmente como escravos agricultores. Os povos nativos das ilhas, os Taino e os Carib, foram exterminados pelos espanhóis durante as primeiras invasões. Durante este período histórico, europeus da França e de outros países, incluindo deportados pro-Stuart da Escócia, radicaram no Haiti.
Devido a tantas linhagens estarem representadas, nenhum culto africano poderia satisfazer todos os participantes, pois a reverência aos ancestrais era muito importante. Entretanto, cada nação tomaria sua vez num encontro. Essa alternância de cultos eventualmente evoluiu para a ordem cerimonial da liturgia Vodu. Durante este período formativo é que foram adotadas também entidades europeias pré-cristãs, como Brigid, ou Maman Brigitte na tradição vodu. Também houve uma pequena influência das populações restantes de Tainos e Caribs.
Vodu: Atua
As Atuas
são caixinhas mágickas para não dizer milagrosas! Elas
trabalham com a ajuda dos LOAS do Vodu. Quando
se fala em Vodu sempre nos vêm à mente bonequinhos espetados,
magia negra e maldição. Mas, as coisas não são
bem assim, o Vodu é uma religião muito bem fundamentada com
seu panteão e hierarquias organizadas. Os Loas são os Deuses
ou Santos do Vodu, como os Orixás na Umbanda, os Santos
Católicos, os Deuses Pagãos, etc. Cada Loa têm sua
função, tanto para o bem quanto para o mal. Estes Loas
possuem um poder muito forte, pois trata-se de uma religião
primitiva e quanto mais primitiva, mais pura a energia com a qual se
trabalha. Acredita-se que estas entidades já eram reverenciadas
pelos povos Atlantes.
Além da
poderosa força dos LOAS, outro ponto importante de se trabalhar com
as Atuas é o elo energético
magnético que se cria. A atua não é um
feitiço que você tem uma única oportunidade de
executá-lo e se der errado tem que fazer tudo de novo. Com a atua
você vai trabalhando diariamente criando um centro de energia
incrível. Não existe receita pronta para o uso das Atuas, com
elas você cria um feitiço totalmente seu, colocando dentro
delas testemunhos e objetos que simbolizam o seu desejo.
Quando introduzimos as atuas em nosso site,
disponibilizamos com apenas 4 funções que acreditamos ser as
principais na vida de uma pessoa: Amor, Saúde,
Prosperidade e Proteção. Com o passar do tempo, as
pessoas que usaram se surpreenderam com os resultados e começaram a
nos pedir Atuas específicas, para se vingar de
um inimigo, fechar um contrato, passar em um concurso, ir bem nos estudos,
etc... Aprofundamo-nos cada vez mais em nossos estudos, viajamos
até a África, em Ouidah nos iniciamos na
tradição Rada e Petro, não foi fácil,
além das provações impostas pelo Sacerdote Houn'gan e
da Sacerdotisa Mambo, ainda encontramos a barreira do idioma e estilo de
vida totalmente diferente do nosso. Mas, valeu a pena! Hoje, orgulhosamente
ostentamos o título de Sacerdote Houn'gan e Sacerdotisa Mambo e
também apresentamos as 16 atuas que desenvolvemos baseados em nossos
estudos e experiências e que tem apresentado resultados positivos
ajudando à todos aqueles que fazem uso desta caixinha poderosa com
sabedoria e respeito.
Também há seitas no Vodu, assim como em tantas outras religiões
O primeiro e mais amplamente conhecido é o Vodu Ortodoxo.
Nesta seita, o Rito Dahomeano tem posição de primazia e as iniciações são conduzidas com base principalmente no modelo dahomeano. Um sacerdote ou sacerdotisa recebe o asson, um chocalho ritual, como símbolo do sacerdócio. Neste rito, um sacerdote é chamado de Houngan, ou às vezes de Gangan; uma sacerdotisa é conhecida como Mambo.
No vodu ortodoxo, as linhas Iorubás também têm certa proeminência. Outras nações ou linhagens que não a Dahomeana são vistas com menor importância, como subtítulos na ordem cerimonial. Este rito é amplamente representado no Haiti, e concentrado em Port Au Prince e no sul do Haiti.
O segundo secto é chamado de Makaya.
Neste rito, as iniciações são menos elaboradas e o sacerdote ou sacerdotisa não recebem o asson.
Um sacerdote makaya é chamado de Bokor e uma sacerdotisa é às vezes chamada de Mambo, às vezes de sorcière. Os termos bokor e sorcière são pejorativos no vodu ortodoxo e o termo bokor pode também servir para classificar um especialista em magia maléfica não iniciado, também chamado de malfaiteur.
Tais indivíduos não são clericais em qualquer seita. A liturgia makaya é menos uniforme de peristilo (terreiro) para peristilo do que a do vodu ortodoxo e há uma ênfase maior na magia do que na religião. Este rito está presente em Port Au Prince e é fortemente representado no Vale Artibonite, no Haiti central.
Um terceiro secto é o Rito Kongo.
Como o próprio nome já diz, é quase que exclusivamente representante da tradição do Congo. A iniciação é baseada no modelo kongo; o sacerdote e a sacerdotisa são ambos chamados de Serviteur. No vodu ortodoxo, um (a) serviteur é apenas o iniciado que serve o Loa (deidade do vodu).
Este rito está concentrado perto de Gonaives, no centro do Haiti e um grande festival anual dos Kongo é realizado perto em Sucrie, perto de Gonaives.
Todas estas tradições têm pontos em comum:
- Há apenas um Deus, chamado de Gran Met, o Grande Mestre; e também de Bondye, do francês Bon Dieu, o Bom Deus.
- Há entidades menores, chamadas de Loa (singular). Elas são consideradas acessíveis de imediato através do mecanismo de possessão. Tal estado é considerado normal e natural dentro do contexto duma cerimônia vodu e também altamente desejável, havendo entretanto uma certa etiquete para a mesma ocorrer.
- Todos os ritos empregam orações, cânticos, percussão, roupas específicas e danças durante as cerimônias.
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